06/07/2008

Mudanças na língua e em nós
Descobri recentemente o site Wordspy, que cataloga e dá a definição de novas palavras e expressões em inglês, a partir de textos jornalísticos ou literários. É um pré-dicionário, bem informal, mas que faz sentido. Exemplos desse trabalho são a já não tão nova "metrosexual", ou, na mesma linha, "retrosexual", que, para o Wordspy é um "homem com um sentido estético mal desenvolvido, que gasta o mínimo possível de tempo e dinheiro com sua aparência e com um estilo de vida". É o que popularmente já chamamos de "troglodita". Aliás, a comparação dos casos me leva a uma hipótese: enquanto o inglês cria palavras, nós damos apelido em português, quando não importamos as novidades anglófonas. Termos como "yuppie" são plasmados e recebidos no idioma, enquanto os apelidos passam com seu tempo. Os primeiros marcam a época e o contexto cultural em que nasceram - e ficam sendo essa marca por muito tempo - enquanto os apelidos dependem ou da sua atualidade ou das aspas, isto é, a sua função de apontar um significado se esvai com o tempo, com a mudança natural do contexto. Curioso é que a expansão do léxico em inglês muitas vezes recorre ao latim, como nos termos ~sexual, o que gera palavras perfeitamente brasileiras, mas mostra que ao invés de ficarmos só no simpático hábito dos apelidos, poderíamos ser uma comunidade de falantes - e escreventes - mais aberta à expansão vocabular, com menos medo de nos distanciar da língua de origem, porque, de todo modo, esse distanciamento é irreversível e inevitável. Que venha a neolíngua (!)

14/09/2007

O significante precede o significado, assim li que Lacan dizia. Entendi que a gente quando reconhece um significado está dando existência a um significante, que, no entanto, tinha a potencialidade de fazer com que reconhecessemos um significado - ou que o produzíssemos. Essa conjugação me mata! A conclusão que tiro daí, quando me lembro também das vanguardas artísticas cujo propósito era a produção de novos signos (que incluem o significante), é que o papel que o artista cumpre, o domínio onde ele exerce a arte, é o de propiciar essa experiência de criação de significados, pela produção de significantes. Se produzimos significado a partir do reconhecimento de significantes, novos significantes vão forçosamente trazer uma expansão de nossa experiência subjetiva - sim, subjetiva, e ouso dizer individual. Então o criador de novas formas favorece o desenvolvimento da subjetividade em novas "atualidades", ao passo que se pode ver o produto artístico cultural industrial como um estimulador da redundância, do gozo pela reafirmação de experiências já conhecidas pela pessoa, ou que fazem parte de seu repertório subjetivo (memórias, preferências por esse ou aquele estilo). A arte tem, portanto, um papel nobre: favorecer a expansão do sujeito, pela apresentaçào de novos signos, que serão apropriados, criando nova experiência. Daí o sentido de inovação em arte, que não deve se confundir com vanguarda, termo reconhecidamente militar e ligado a avanços territoriais, uma metáfora pobre. Daí, também, que a relevância da arte seja voltada para o sujeito, e não para o objeto, de modo que as contribuições artísticas, desde as cavernas, não se somem como num catálogo ou inventário, mas antes se espalhem, disponíveis ou não para vivência e crescimento de quem venha a conhecê-las. Daí, também, também, que não haja progresso garantido, mas um "evolver" das formas pelos tempos, nem sentidos unívocos, nem hierarquia entre as obras de arte (os produtos culturais industriais, no entanto, de um modo geral, apostam na redundância e são por isso uma categoria à parte, talvez a do artesanato massificado).

04/06/2007

Também em francês, uma lista da AbeBooks, o maior sebo online do mundo, o google da traça (é um pouco diferente, interessante):

* Don Quichotte, Miguel de Cervantes Saavedra
* Le Monde s'effondre, Chinua Achebe
* Les Contes d'Andersen
* Orgueil et préjugés, Jane Austen
* Le Père Goriot, Honoré de Balzac
* L'Innommable, Samuel Beckett
* Malone meurt, Samuel Beckett
* Molloy, Samuel Beckett
* Le Décaméron, Jean Boccace
* Fictions, Jorge Luis Borges
* Les Hauts de Hurle-Vent, Emily Bronte
* L'Étranger, Albert Camus
* Les poèmes de Paul Celan
* Voyage au bout de la nuit, Louis-Ferdinand Céline
* Les Contes de Cantorbéry, Goeffrey Chaucer
* Nostromo, Joseph Conrad
* La Divine Comédie, Dante Alighieri
* De grandes espérances, Charles Dickens
* Jacques le fataliste, Denis Diderot
* Berlin Alexanderplatz, Alfred Doblin
* Crime et Châtiment, Dostoïevski
* L'Idiot, Dostoïevski
* Les Possédés, Dostoïevski
* Les Frères Karamazov, Dostoïevski
* Middlemarch, George Eliot
* Homme invisible, pour qui chantes-tu?, Ralph Ellison
* Médée, Euripide
* Absalon!, Absalon !, William Faulkner
* Le Bruit et la Fureur, William Faulkner
* Madame Bovary, Gustave Flaubert
* Une éducation sentimentale, Gustave Flaubert
* Romancero Gitan, Federico Garcia Lorca
* Cent ans de solitude, Gabriel Garcia Marquez
* L'Amour au temps du choléra, Gabriel Garcia Marquez
* Faust, une tragédie, Johann Wolfgang von Goethe
* Âmes mortes, Nikolai Gogol
* Le Tambour, Guenter Grass
* Grande Sertão, Joao Guimaraes Rosa
* La Faim, Knut Hamsun
* Le Vieil Homme et la Mer, Ernest Hemingway
* L'Iliade et l'Odyssée, Homère
* Maison de poupée, Henrik Ibsen
* Le Livre de Job
* Ulysse, James Joyce
* Le Procès, Franz Kafka
* Le Château, Franz Kafka
* L'Anneau de Sakuntala, Kalisada
* Le Grondement de la montagne, Yasunari Kawabata
* La Storia, Elsa Morante
* Zorba le Grec, Nikos Kazantzakis
* La mort d'Ivan Illitch, Tolstoï
* Récits divers, Anton P. Tchekhov
* Les Mille et une Nuits
* Huckleberry Finn, Mark Twain
* Ramayana, Valmiki
* L'Énéide, Virgile
* Feuilles d'herbe, Walt Whitman
* Mrs Dalloway, Virginia Woolf
* Promenade au phare, Virginia Woolf
* Les Mémoires d'Hadrien, Marguerite Yourcenar
* Moby Dick, Herman Melville
* Essais, Montaigne
* Beloved, Toni Morrison
* The Tale of Genji Genji, Shikibu Murasaki
* L'Homme sans qualités, Robert Musil
* Lolita, Vladimir Nabokov
* Njaals Saga
* 1984, George Orwell
* Le Livre de l'intranquillité, Fernando Pessoa
* Les Contes d'Edgar Allan Poe
* À la recherche du temps perdu, Marcel Proust
* Gargantua, Rabelais
* Pantagruel, Rabelais
* Pedro Paramo, Juan Rulfo
* Les Métamorphoses, Ovide
* Mathnawi, Jalal ad-din Rumi
* Enfants de minuit, Salman Rushdie
* The Orchard, Sheikh Musharrif ud-din Sadi
* Season of Migration to the North Tayeb, Salih
* L'Aveuglement, Jose Saramago
* Hamlet, William Shakespeare
* Le Roi Lear, William Shakespeare
* Othello, William Shakespeare
* Oedipe Roi, Sophocle
* Le Rouge et le Noir, Stendhal
* Vie et Opinions de Tristam Shandy, Laurence Sterne
* La Conscience de Zeno, Italo Svevo
* Les Voyages de Gulliver, Jonathan Swift
* Guerre et Paix, Tolstoï
* Anna Karenina, Tolstoï
* Amants et fils, D.H. Lawrence
* Le Livre du peuple, Halldor K. Laxness
* Les poèmes de Giacomo Leopardi
* Le Carnet d'or, Doris Lessing
* Fifi Brindacier, Astrid Lindgren
* Diary of a Madman et Other Stories, Lu Xun
* Children of Gebelawi, Mahfouz
* Mahabharata
* Les Buddenbrook, Thomas Mann
* La Montagne magique, Thomas Mann

Aliás, essa lista de sebos online da Gazeta Online de Curitiba está ótima...

Os 100 melhores livros da literatura universal, dessa vez em português, e segundo a Folha de São Paulo e o Blog da Livraria Osório, que tem, ainda, uma breve descrição do enredo de cada um dos escolhidos...


Informações sobre o mundo dos livros

1º - Ulisses (1922) - James Joyce (1882-1941).
2º - Em Busca do Tempo Perdido (1913-27) - Marcel Proust (1871-1922).
3º - O Processo - Franz Kafka (1883-1924).
4º - Doutor Fausto (1947) - Thomas Mann.
5º - Grande Sertão: Veredas (1956)- Guimarães Rosa (1908-1967).
6º - O Castelo (1926) - Franz Kafka.
7º - A Montanha Mágica (1924) - Thomas Mann (1875-1955).
8º - O Som e a Fúria (1929) - William Faulkner (1897-1962).
9º - O Homem sem Qualidades (1930-1943) - Robert Musil (1880-1942).
10º - Finnegans Wake Finnegans Wake (1939) - James Joyce.
11º - A Morte de Virgílio (1945) - Hermann Broch (1886-1951).
12º - Coração das Trevas (1902) - Joseph Conrad (1857-1924).
13º - O Estrangeiro (1942) - Albert Camus (1913-1960).
14º - O Inominável (1953) - Samuel Beckett (1906-1989).
15º - Cem Anos de Solidão (1967) - Gabriel García Márquez (1928).
16º - Admirável Mundo Novo (1932) - Aldous Huxley (1894-1963).
17º - Mrs. Dalloway (1925) - Virginia Woolf (1882-1941).
18º - Ao Farol (1927) - Virginia Woolf.
19º - Os Embaixadores (1903) - Henry James (1891-1980).
20º - A Consciência de Zeno (1923) - Italo Svevo (1861-1928).
21º - Lolita (1958) - Vladimir Nabokov (1899-1977).
23º - O Leopardo (1958) - Tomaso di Lampedusa (1896-1957).
24º - 1984 (1949) - George Orwell (1903-1950).
25º - A Náusea (1938) - Jean-Paul Sartre (1905-1980).
26º - O Quarteto de Alexandria (1957-1960) - Lawrence Durrell (1912-1990).
27º - Os Moedeiros Falsos (1925) - André Gide (1869-1951).
28º - Malone Morre (1951) - Samuel Beckett.
29º - O Deserto do Tártaros (1940) - Dino Buzzati (1906-1972).
30º - Lord Jim (1900) - Joseph Conrad (1857-1924).
31º - Orlando (1928) - Virginia Woolf.
32º - A Peste (1947) - Albert Camus.
33º - O Grande Gatsby (1925) - Scott Fitzgerald (1896-1940).
34º - O Tambor (1959) - Günter Grass (1927).
35º - Pedro Páramo (1955) - Juan Rulfo (1918-1986).
36º - Viagem ao Fim da Noite (1932) - Louis-Ferdinand Céline (1894-1961).
37º - Berlin Alexanderplatz (1929) - Alfred Döblin (1878-1957).
38º - Doutor Jivago (1957) - Boris Pasternak (1890-1960).
39º - Molloy (1951) - Samuel Beckett (1906-1989).
40º - A Condição Humana (1933) - André Malraux (1901-1976).
41º - O Jogo da Amarelinha (1963) - Julio Cortázar (1914-1984).
42º - Retrato do Artista Quando Jovem (1917) - James Joyce.
43º - A Cidade e as Serras (1901) - Eça de Queirós (1845-1900).
44º - Aquela Confusão Louca da Via Merulana (1957) - Carlo Emilio Gadda (1893-1973).
45º - As Vinhas da Ira (1939) - John Steinbeck (1902-1968).
46º - Auto de Fé (1935) - Elias Canetti (1905-1994).
47º - À Sombra do Vulcão (1947) - Malcolm Lowry (1909-1957).
49º - Macunaíma (1928) - Mário de Andrade (1893-1945).
50º - O Bosque das Ilusões Perdidas (1913) - Alain Fournier (1886-1914).
51º - Morte a Crédito (1936) - Louis-Ferdinand Céline (1894-1961).
52º - O Amante de Lady Chatterley (1928) - D.H. Lawrence (1885-1930).
53º - O Século das Luzes (1962) - Alejo Carpentier (1904-1980).
54º - Uma Tragédia Americana (1925) - Theodore Dreiser (1871-1945).
55º - América (1927) - Franz Kafka. Livros do Brasil (Portugal).
59º - A Vida - Modo de Usar (1978) - Georges Perec (1936-1982).
60º - José e Seus Irmãos (1933-1943) - Thomas Mann.
61º - Os Thibault (1921-1940) - Roger Martin du Gard (1881-1958).
62º - Cidades Invisíveis (1972) - Italo Calvino (1923-1985).
63º - Paralelo 42 (1930) - John dos Passos (1896-1970).
64º - Memórias de Adriano (1951) - Marguerite Yourcenar (1903-1987).
65º - Passagem para a Índia (1924) - E.M. Forster (1879-1970).
66º - Trópico de Câncer (1934) - Henry Miller.
67º - Enquanto Agonizo (1930) - William Faulkner.
68º - As Asas da Pomba (1902) - Henry James (1843-1916).
69º - O Jovem Törless (1906) - Robert Musil.
70º - A Modificação (1957) - Michel Butor (1926).
71º - A Colméia (1951) - Camilo José Cela (1916).
72º - A Estrada de Flandres (1960) - Claude Simon (1913).
73º - A Sangue Frio (1966) - Truman Capote (1924-1984).
74º - A Laranja Mecânica (1962) - Anthony Burgess (1916-1993).
75º - O Apanhador no Campo de Centeio (1951) - J.D. Salinger (1919).
76º - Cavalaria Vermelha (1926) - Isaac Babel (1894-1941). Ediouro .
77º - Jean Christophe (1904-12) - Romain Rolland (1866-1944).
78º - Complexo de Portnoy (1969) - Philip Roth (1933).
79º - Nós (1924) - Evgueni Ivanovitch Zamiatin (1884-1937).
80º - O Ciúme (1957) - Allain Robbe-Grillet (1922).
81º - O Imoralista (1902) - André Gide (1869-1951).
82º - O Mestre e Margarida (1940) - Mikhail Afanasevitch (1891-1940).
83º - O Senhor Presidente (1946) - Miguel Ángel Asturias (1899-1974).
84º - O Lobo da Estepe (1927) - Herman Hesse (1877-1962).
85º - Os Cadernos de Malte Laurids Bridge (1910) - Rainer Maria Rilke (1875-1926).
86º - Satã em Gorai (1934) - Isaac B. Singer (1904-1991).
87º - Zazie no Metrô (1959) - Raymond Queneau (1903-1976).
88º - Revolução dos Bichos (1945) - George Orwell.
89º - O Anão - Pär Lagerkvist.
90º - A Tigela Dourada (1904) - Henry James.
91º - Santuário - William Faulkner.
92º - A Morte de Artemio Cruz (1962) - Carlos Fuentes (1928).
93º - Don Segundo Sombra (1926) - Ricardo Güiraldes (1886-1927).
94º - A Invenção de Morel (1940) - Adolfo Bioy Casares (1914).
95º - Absalão, Absalão (1936) - William Faulkner.
96º - Fogo Pálido (1962) - Vladimir Nabokov (1899-1977).
97º - Herzog (1964) - Saul Bellow (1915).
98º - Memorial do Convento (1982) - José Saramago (1922).
99º - Judeus sem Dinheiro (1930) - Michael Gold (1893-1967).
100º - Os Cus de Judas (1980) - Antonio Lobo Antunes (1942).

20 Great Google Secrets
10.28.03

By Tara Calishain

Google is clearly the best general-purpose search engine on the Web (see www.pcmag.com/searchengines). But most people don't use it to its best advantage. Do you just plug in a keyword or two and hope for the best? That may be the quickest way to search, but with more than 3 billion pages in Google's index, it's still a struggle to pare results to a manageable number.

But Google is an remarkably powerful tool that can ease and enhance your Internet exploration. Google's search options go beyond simple keywords, the Web, and even its own programmers. Let's look at some of Google's lesser-known options.

Syntax Search Tricks
Using a special syntax is a way to tell Google that you want to restrict your searches to certain elements or characteristics of Web pages. Google has a fairly complete list of its syntax elements at www.google.com/help/operators.html. Here are some advanced operators that can help narrow down your search results.
Intitle: at the beginning of a query word or phrase (intitle:"Three Blind Mice") restricts your search results to just the titles of Web pages.
Intext: does the opposite of intitle:, searching only the body text, ignoring titles, links, and so forth. Intext: is perfect when what you're searching for might commonly appear in URLs. If you're looking for the term HTML, for example, and you don't want to get results such as www.mysite.com/index.html, you can enter intext:html.
Link: lets you see which pages are linking to your Web page or to another page you're interested in. For example, try typing in link:http://www.pcmag.com.
Try using site: (which restricts results to top-level domains) with intitle: to find certain types of pages. For example, get scholarly pages about Mark Twain by searching for intitle:"Mark Twain"site:edu. Experiment with mixing various elements; you'll develop several strategies for finding the stuff you want more effectively. The site: command is very helpful as an alternative to the mediocre search engines built into many sites.

Google has a number of services that can help you accomplish tasks you may never have thought to use Google for. For example, the new calculator feature (www.google.com/help/features.html#calculator) lets you do both math and a variety of conversions from the search box. For extra fun, try the query "Answer to life the universe and everything."

Jump into an Internet Search
Let Google help you figure out whether you've got the right spelling—and the right word—for your search. Enter a misspelled word or phrase into the query box (try "thre blund mise") and Google may suggest a proper spelling. This doesn't always succeed; it works best when the word you're searching for can be found in a dictionary. Once you search for a properly spelled word, look at the results page, which repeats your query. (If you're searching for "three blind mice," underneath the search window will appear a statement such as Searched the web for "three blind mice.") You'll discover that you can click on each word in your search phrase and get a definition from a dictionary.

Suppose you want to contact someone and don't have his phone number handy. Google can help you with that, too. Just enter a name, city, and state. (The city is optional, but you must enter a state.) If a phone number matches the listing, you'll see it at the top of the search results along with a map link to the address. If you'd rather restrict your results, use rphonebook: for residential listings or bphonebook: for business listings. If you'd rather use a search form for business phone listings, try Yellow Search (www.buzztoolbox.com/google/yellowsearch.shtml).

Google offers several services that give you a head start in focusing your search. Google Groups (http://groups.google.com) indexes literally millions of messages from decades of discussion on Usenet. Google even helps you with your shopping via two tools: Froogle (http://froogle.google.com), which indexes products from online stores, and Google Catalogs (http://catalogs.google.com), which features products from more 6,000 paper catalogs in a searchable index. And this only scratches the surface. You can get a complete list of Google's tools and services at www.google.com/options/index.html.

You're probably used to using Google in your browser. But have you ever thought of using Google outside your browser?

Google Alert (www.googlealert.com) monitors your search terms and e-mails you information about new additions to Google's Web index. (Google Alert is not affiliated with Google; it uses Google's Web services API to perform its searches.) If you're more interested in news stories than general Web content, check out the beta version of Google News Alerts (www.google.com/newsalerts). This service (which is affiliated with Google) will monitor up to 50 news queries per e-mail address and send you information about news stories that match your query. (Hint: Use the intitle: and source: syntax elements with Google News to limit the number of alerts you get.)

Google on the telephone? Yup. This service is brought to you by the folks at Google Labs (http://labs.google.com), a place for experimental Google ideas and features (which may come and go, so what's there at this writing might not be there when you decide to check it out). With Google Voice Search (http://labs1.google.com/gvs.html), you dial the Voice Search phone number, speak your keywords, and then click on the indicated link. Every time you say a new search term, the results page will refresh with your new query (you must have JavaScript enabled for this to work). Remember, this service is still in an experimental phase, so don't expect 100 percent success.

In 2002, Google released the Google API (application programming interface), a way for programmers to access Google's search engine results without violating the Google Terms of Service. A lot of people have created useful (and occasionally not-so-useful but interesting) applications not available from Google itself, such as Google Alert. For many applications, you'll need an API key, which is available free from www.google.com/apis. See the figures for two more examples, and visit www.pcmag.com/solutions for more.

Thanks to its many different search properties, Google goes far beyond a regular search engine. Give the tricks in this article a try. You'll be amazed at how many different ways Google can improve your Internet searching.

Here are a few more clever ways to tweak your Google searches.

Search Within a Timeframe

Daterange: (start date–end date). You can restrict your searches to pages that were indexed within a certain time period. Daterange: searches by when Google indexed a page, not when the page itself was created. This operator can help you ensure that results will have fresh content (by using recent dates), or you can use it to avoid a topic's current-news blizzard and concentrate only on older results. Daterange: is actually more useful if you go elsewhere to take advantage of it, because daterange: requires Julian dates, not standard Gregorian dates. You can find converters on the Web (such as http://aa.usno.navy.mil/data/docs/JulianDate.html), but an easier way is to do a Google daterange: search by filling in a form at www.researchbuzz.com/toolbox/goofresh.shtml or www.faganfinder.com/engines/google.shtml. If one special syntax element is good, two must be better, right? Sometimes. Though some operators can't be mixed (you can't use the link: operator with anything else) many can be, quickly narrowing your results to a less overwhelming number.

More Google API Applications

Staggernation.com offers three tools based on the Google API. The Google API Web Search by Host (GAWSH) lists the Web hosts of the results for a given query (www.staggernation.com/gawsh/). When you click on the triangle next to each host, you get a list of results for that host. The Google API Relation Browsing Outliner (GARBO) is a little more complicated: You enter a URL and choose whether you want pages that related to the URL or linked to the URL (www.staggernation.com/garbo/). Click on the triangle next to an URL to get a list of pages linked or related to that particular URL. CapeMail is an e-mail search application that allows you to send an e-mail to google@capeclear.com with the text of your query in the subject line and get the first ten results for that query back. Maybe it's not something you'd do every day, but if your cell phone does e-mail and doesn't do Web browsing, this is a very handy address to know.

Full list of the 100 best works of fiction, alphabetically by author, as determined from a vote by 100 noted writers from 54 countries as released by the Norwegian Book Clubs. Don Quixote was named as the top book in history but otherwise no ranking was provided

Wednesday May 8, 2002
Guardian Unlimited


Chinua Achebe, Nigeria, (b. 1930), Things Fall Apart
Hans Christian Andersen, Denmark, (1805-1875), Fairy Tales and Stories
Jane Austen, England, (1775-1817), Pride and Prejudice
Honore de Balzac, France, (1799-1850), Old Goriot
Samuel Beckett, Ireland, (1906-1989), Trilogy: Molloy, Malone Dies, The Unnamable
Giovanni Boccaccio, Italy, (1313-1375), Decameron
Jorge Luis Borges, Argentina, (1899-1986), Collected Fictions
Emily Bronte, England, (1818-1848), Wuthering Heights
Albert Camus, France, (1913-1960), The Stranger
Paul Celan, Romania/France, (1920-1970), Poems.
Louis-Ferdinand Celine, France, (1894-1961), Journey to the End of the Night
Miguel de Cervantes Saavedra, Spain, (1547-1616), Don Quixote
Geoffrey Chaucer, England, (1340-1400), Canterbury Tales
Anton P Chekhov, Russia, (1860-1904), Selected Stories
Joseph Conrad, England,(1857-1924), Nostromo
Dante Alighieri, Italy, (1265-1321), The Divine Comedy
Charles Dickens, England, (1812-1870), Great Expectations
Denis Diderot, France, (1713-1784), Jacques the Fatalist and His Master
Alfred Doblin, Germany, (1878-1957), Berlin Alexanderplatz
Fyodor M Dostoyevsky, Russia, (1821-1881), Crime and Punishment; The Idiot; The Possessed; The Brothers Karamazov
George Eliot, England, (1819-1880), Middlemarch
Ralph Ellison, United States, (1914-1994), Invisible Man
Euripides, Greece, (c 480-406 BC), Medea
William Faulkner, United States, (1897-1962), Absalom, Absalom; The Sound and the Fury
Gustave Flaubert, France, (1821-1880), Madame Bovary; A Sentimental Education
Federico Garcia Lorca, Spain, (1898-1936), Gypsy Ballads
Gabriel Garcia Marquez. Colombia, (b. 1928), One Hundred Years of Solitude; Love in the Time of Cholera
Gilgamesh, Mesopotamia (c 1800 BC).
Johann Wolfgang von Goethe, Germany, (1749-1832), Faust
Nikolai Gogol, Russia, (1809-1852), Dead Souls
Gunter Grass, Germany, (b.1927), The Tin Drum
Joao Guimaraes Rosa, Brazil, (1880-1967), The Devil to Pay in the Backlands
Knut Hamsun, Norway, (1859-1952), Hunger.
Ernest Hemingway, United States, (1899-1961), The Old Man and the Sea
Homer, Greece, (c 700 BC), The Iliad and The Odyssey
Henrik Ibsen, Norway (1828-1906), A Doll's House
The Book of Job, Israel. (600-400 BC).
James Joyce, Ireland, (1882-1941), Ulysses
Franz Kafka, Bohemia, (1883-1924), The Complete Stories; The Trial; The Castle Bohemia
Kalidasa, India, (c. 400), The Recognition of Sakuntala
Yasunari Kawabata, Japan, (1899-1972), The Sound of the Mountain
Nikos Kazantzakis, Greece, (1883-1957), Zorba the Greek
DH Lawrence, England, (1885-1930), Sons and Lovers
Halldor K Laxness, Iceland, (1902-1998), Independent People
Giacomo Leopardi, Italy, (1798-1837), Complete Poems
Doris Lessing, England, (b.1919), The Golden Notebook
Astrid Lindgren, Sweden, (1907-2002), Pippi Longstocking
Lu Xun, China, (1881-1936), Diary of a Madman and Other Stories
Mahabharata, India, (c 500 BC).
Naguib Mahfouz, Egypt, (b. 1911), Children of Gebelawi
Thomas Mann, Germany, (1875-1955), Buddenbrook; The Magic Mountain
Herman Melville, United States, (1819-1891), Moby Dick
Michel de Montaigne, France, (1533-1592), Essays.
Elsa Morante, Italy, (1918-1985), History
Toni Morrison, United States, (b. 1931), Beloved
Shikibu Murasaki, Japan, (N/A), The Tale of Genji Genji
Robert Musil, Austria, (1880-1942), The Man Without Qualities
Vladimir Nabokov, Russia/United States, (1899-1977), Lolita
Njaals Saga, Iceland, (c 1300).
George Orwell, England, (1903-1950), 1984
Ovid, Italy, (c 43 BC), Metamorphoses
Fernando Pessoa, Portugal, (1888-1935), The Book of Disquiet
Edgar Allan Poe, United States, (1809-1849), The Complete Tales
Marcel Proust, France, (1871-1922), Remembrance of Things Past
Francois Rabelais, France, (1495-1553), Gargantua and Pantagruel
Juan Rulfo, Mexico, (1918-1986), Pedro Paramo
Jalal ad-din Rumi, Afghanistan, (1207-1273), Mathnawi
Salman Rushdie, India/Britain, (b. 1947), Midnight's Children
Sheikh Musharrif ud-din Sadi, Iran, (c 1200-1292), The Orchard
Tayeb Salih, Sudan, (b. 1929), Season of Migration to the North
Jose Saramago, Portugal, (b. 1922), Blindness
William Shakespeare, England, (1564-1616), Hamlet; King Lear; Othello
Sophocles, Greece, (496-406 BC), Oedipus the King
Stendhal, France, (1783-1842), The Red and the Black
Laurence Sterne, Ireland, (1713-1768), The Life and Opinions of Tristram Shandy
Italo Svevo, Italy, (1861-1928), Confessions of Zeno
Jonathan Swift, Ireland, (1667-1745), Gulliver's Travels
Leo Tolstoy, Russia, (1828-1910), War and Peace; Anna Karenina; The Death of Ivan Ilyich and Other Stories
Thousand and One Nights, India/Iran/Iraq/Egypt, (700-1500).
Mark Twain, United States, (1835-1910), The Adventures of Huckleberry Finn
Valmiki, India, (c 300 BC), Ramayana
Virgil, Italy, (70-19 BC), The Aeneid
Walt Whitman, United States, (1819-1892), Leaves of Grass
Virginia Woolf, England, (1882-1941), Mrs. Dalloway; To the Lighthouse
Marguerite Yourcenar, France, (1903-1987), Memoirs of Hadrian

29/05/2007

Deu no NYTimes:

Art Review | Georges Rouault
Revisiting Rouault’s Stained-Glass World


By MICHAEL KIMMELMAN
Published: May 29, 2007

You wouldn’t call it a full-fledged revival, but Georges Rouault is back in our sights. A few months ago some of his work was at the Metropolitan Museum in a show about his wily dealer, Ambroise Vollard. Now a couple of dozen pictures are at Mitchell-Innes & Nash.


Georges Rouault’s “Fille (Femme aux Cheveux Roux)” (1908) More Photos »


At one time Rouault’s reputation rivaled Matisse’s, and his clowns and prostitutes were as ubiquitously reproduced as Ben Shahn posters. He had retrospectives at the Museum of Modern Art in 1945 and 1953; when he died in 1958, at 87, the French government organized a state funeral.

Then he slipped down the memory chute. The French expression “jolie-laide,” applied to women whose beauty is of the unconventional sort, applies to Rouault too, which half explains his vanishing. He’s an acquired taste.


“Three Judges” (1908-9) by Georges Rouault, who started out as a restorer of church windows.


Clement Greenberg called him middlebrow. That was the other half of the explanation. Greenberg had a point. The lesser works are overripe and formulaic. They’re hard to love for generations that have come of age since the 1950s. The art has a sanctimony and sincerity that resonated after the war but came to seem dated in an art world besotted by American Pop and bling.

But this gallery show covering his long career invites us to reconsider his virtues. On the heels of the Met exhibition, where he left a vivid impression, its timing is good. Rouault was never chic: he was too moral, too religious, too tender, too popular. But at his best he was touchingly strange, and a model of integrity.

He was born in 1871, a child of the Paris Commune, the son of an artisan who built pianos. His grandfather, a postal worker and art collector, introduced him to pictures by Courbet. He apprenticed as a teenager to glaziers and never denied the obvious connection between the thick black outlines in his paintings and the leaded church windows of medieval stained glass that he helped to restore. Those outlines flattened and broke up his work into fissures and shards of glowing color (deep purples, reds and blues) against a generally gloomy background.

This became his signature mode. The technique was partly a response to Cubism — a strategy for looking abstract, fracturing space and fudging three dimensions, which he never mastered — at the same time that it stressed frontality, gesture and light. You can see in the show, which consists mostly of minor works but has a few very good pictures, the luminosity of his palette and the awkward elegance of his line. He was the classic beefy-handed butcher who’s incredibly deft with a knife.

His own phrase was “outrageous lyricism.” With his early, dashing brush marks, he created the appearance of spontaneity — which was partly a lie, since he repeated the same images and emotions over and over — but which gave his work its appearance of raw, expressive energy, akin in fervor to that of German Expressionists like George Grosz or Max Beckmann.

He said he saw his role as “the silent friend of those who labor in the barren field, the ivy of eternal misery climbing the leprous wall behind which rebellious humanity hides its virtues and its vice.” His subjects were mostly misfits and vagabonds, and his natural forebears in social commentary were Goya and Daumier. He believed in the impieties of modern art as the most effective language of the day, yet was also deeply spiritual and revered the radical Catholic writer Léon Bloy, who recognized the inherent contradiction in Rouault’s position and didn’t much like his work.

The best pictures here depict a redheaded nude; a trio of fat, goggle-eyed judges; and a kind of swashbuckler in profile, the paint in that case slathered on as thick as plaster with a palette knife. Elsewhere, scratchy, slashing lines pin down the contours of fleshy prostitutes with grave, swollen faces. Sallow clowns with red noses glower under peaked hats, symbols of humiliation.

There are a few felicitous watercolors — of a Japanese warrior, others of dancers and landscapes — and several static heads, heavily impastoed, centered and silent like Byzantine icons. Rouault could be academic and graceless, and he invented nothing in particular. But a work called “Acrobates XIII,” all elastic line and warm color (it was once owned by Matisse) is sheer loveliness, like a jeweled mosaic.

For years people only occasionally saw his work. Vollard made a deal with him, snatching up hundreds of unfinished pictures in 1917, and in return providing financial security and a studio on the top floor of his own house. Rouault illustrated Vollard’s sequels to Alfred Jarry’s “Ubu” series (there are three related works in the show) and he did other engravings for Vollard’s lavish books, in exchange for which Vollard financed “Miserere,” Rouault’s own great project and masterpiece.

It was a useful arrangement until Vollard died suddenly, in 1939. Rouault found himself locked out by Vollard’s heirs, having to sue to get back his own pictures, hundreds of which he still hadn’t finished.

He was a perfectionist, a tinkerer and a dreamer. Increasingly he had been working in an obsessive style of thin, layered colors, building dense, encrusted pools of reds and blues — divine, uncanny patches of light emanating as if from inside the images. This devotional process took forever. The swift savagery of earlier work gave way to greater harmony. But this method insured that he never felt truly done with anything.

He won the lawsuit against the Vollard heirs (it became a landmark in artists’ property rights), although he failed to recover the paintings they had already cashed in on. Rouault was 77 by then. He knew he could never complete all those pictures. So he burned 315 of them, before the bailiffs of the court, as a matter of principle. He was the master of himself. No one would have control over his work except him.

The immolation was in keeping with the religious-moral side of his art. He let a potential fortune go up in smoke but spared his honor. The market puts a price tag on art, but its true value has nothing to do with money: that was Rouault’s lesson.

It’s not a bad one for today.

“Georges Rouault: Judges, Clowns and Whores” continues through June 9 at Mitchell-Innes & Nash, 1018 Madison Avenue, at 78th Street; (212) 744-7400 or miandn.com.

26/05/2007

Descobri recentemente o site Wordspy, que cataloga e dá a definição de novas palavras e expressões em inglês, a partir de textos jornalísticos ou literários. É um pré-dicionário, bem informal, mas que faz sentido. Exemplos desse trabalho são a já não tão nova "metrosexual", ou, na mesma linha, "retrosexual", que, para o Wordspy é um "homem com um sentido estético mal desenvolvido, que gasta o mínimo possível de tempo e dinheiro com sua aparência e com um estilo de vida". É o que popularmente já chamamos de "troglodita". Aliás, a comparação dos casos me leva a uma hipótese: enquanto o inglês cria palavras, nós damos apelido em português, quando não importamos as novidades anglófonas. Termos como "yuppie" são plasmados e recebidos no idioma, enquanto os apelidos passam com seu tempo. Os primeiros marcam a época e o contexto cultural em que nasceram - e ficam sendo essa marca por muito tempo - enquanto os apelidos dependem ou da sua atualidade ou das aspas, isto é, a sua função de apontar um significado se esvai com o tempo, com a mudança natural do contexto. Curioso é que a expansão do léxico em inglês muitas vezes recorre ao latim, como nos termos ~sexual, o que gera palavras perfeitamente brasileiras, mas mostra que ao invés de ficarmos só no simpático hábito dos apelidos, poderíamos ser uma comunidade de falantes - e escreventes - mais aberta à expansão vocabular, com menos medo de nos distanciar da língua de origem, porque, de todo modo, esse distanciamento é irreversível e inevitável. Que venha a novilíngua (!)

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24/01/2006


Old Boy, um filme de Chanwood Park

Oh Dae Su é, antes de tudo, um mala. Bêbado, ao cutucar a namorada de um estranho leva umas bifas, indo parar no distrito. Lá, grita, esperneia, dá porrada nos policiais - e leva muita - até que seu irmão o leva para casa. No caminho, param num orelhão para avisar à patroa. Ele leva umas asinhas de anjo para a filha, que estava de aniversário, e é abduzido sem deixar rastros, enquanto seu irmão telefona. Ficará desaparecido por quinze anos, como logo se esclarece. Preso num quartinho escuro com banheiro, é submetido a uma rotina que inclui gás valium para dormir na hora certa e sessões de hipnose. No cárcere, emagrece e se torna um paranóico. Também ganha aquele penteado que se vê no cartaz do filme e um desejo encruado de vingança. Enumera os adversários e desafetos - afinal, era um mala com alguma autocrítica - e calcula quem o teria aprisionado e por quê. Treina chutes e socos desesperada e metodicamente na parede, anunciando o método da vingança. Tenta fugir, mas é libertado antes, desovado numa mala – sintomático – largada num estranho jardim suspenso na cobertura de um prédio.
Nesse ponto, espera-se a vingança ao estilo kung-fu letal e hiperreal de um Matrix ou Kill Bill, filhos de uma linhagem que tem Bruce Lee como antepassado. Nada como uma pancadaria para expiar o ressentimento, não? Nem sempre. Quem disse que todo ressentimento tem a expiação que merece? Não aqui, e nem tão rápido.
Nosso mala calejado sai ao mundo e descobre o amor, a morte da esposa e o sumiço da filha. Vai descobrindo também possíveis bodes expiatórios, que embolacha ao mesmo tempo em que apanha feio. Agora, é um estranho no mundo. A pancadaria dispensa efeitos de computador, é bem natural. Por isso impressiona mais, assim como as cenas de tortura, que no anunciado remake americano certamente serão empasteladas. Depois de muito bater, apanhar, esfolar e seviciar, descobre o responsável por sua tragédia pessoal, o alvo de sua ira. Descobre também que é parte de um jogo daquele jogador, e que, livre, continua preso aos seus sentimentos, digamos, desagradáveis.
A chance de redenção pela vingança violenta é aos poucos afastada, e nosso herói se descobre não numa jornada de resgate, mas rumo a um abismo ainda mais profundo. Não basta saber quem, diz seu algoz, há que se saber o porquê. E Oh Dae Su vem a sabê-lo, numa seqüência de revelações que é magistral pela gradação e pelo tempo, que não é o dos blockbusters.
Descobre, aos poucos, que sua vingança é um apêndice da vingança maior de seu algoz, da qual o encarceramento era apenas o prelúdio. As surras continuam, até o inevitável confronto final, quando Oh Dae Su tem a noção exata do porquê da vingança que sofria, e da extensão dessa vingança, verdadeira desgraça que faz de seu próprio plano um miserável arremedo de vingança. Diante do que constata, nosso mala sucumbe, e a única maneira que encontra de estar vivo é renunciar à sua própria lembrança, fazer de si tabula rasa para poder continuar respirando...
Deve haver uma tradição de filmes de vingança, já que o ressentimento é algo tão humano. Nela estão Kill Bill, Batman, especialmente o mais recente, e não há cara mais ressentido do que o Demolidor. Oldboy, no entanto, inaugura um novo salão nesse prédio, faz um upgrade na arte da vindita. O filme se põe na fronteira avançada dos plots de vingança calculista. Melhor, faz isso com liberdade em relação aos clichês do cinema ocidental - e por isso, talvez, consiga dar um imaginativo passo além. Um retrato do rancor maior que a vida...

01/11/2005

Assim, estaríamos à beira de sugerir um sarau de silêncios, em que nos poríamos à prova de construir cada qual seu silêncio, em contraste ou em harmonia com os silêncios dos convivas, em quartetos à moda de câmara ou num incessante madrigal, que nos levasse ao júbilo ou ao terror, ao êxtase ou ao desespero. Seria possível compor com o silêncio um espetáculo ruidoso para nossos corações, encontrarmo-nos com o propósito de estar juntos em silêncio, ou silêncios, até que nossas emoções e sensações nos deixassem inquietos, excitados ou aflitos? Estranho, como poesia. Nada vira linguagem, e vira. E nada.

Poesia e silêncio combinam, e é estranho que se queira fazer happenings poéticos, já que para boas festas não faltam motivos. Não é nelas que a poesia acontece, mas na leitura intensa do dia-a-dia, já que é linguagem de linguagens e por isso demanda aquela atenção pouco compatível com um ambiente agitado. É estranha até mesmo qualquer efusividade quanto à poesia, ou paixão extrovertida. Não que seja estranho à poesia qualquer Maracanã de sensações ou emoções, mas essas, no poema, servem à própria expressão poética, que assim potencializa tudo que foi vivido – ou imaginado. Emoções não são poesia, os poetas é que são emocionados, e talvez se distingam exatamente por poder fruir da emoção incomum, da leitura e da feitura do poema, depois que a festa acaba.

Poucos capítulos nos separam das costas de Nandrulu. Contam-se em centenas as braças que nos levarão ao estreito no qual as correntes conduzem o barco à entrada do porto, e ali, uma destra manobra do timoneiro poderá levar-nos a adentrar os rochedos além dos quais fica a calmaria. Poucos pontos e vírgulas, almas e palavras lembradas, habitam o interstício entre o mar e a terra, entre os meses ao largo e a sólida memória que são as pedras e o chão. Nada que não possa acontecer nos é próximo, embora tudo o que vivemos nos pareça cada vez mais irreal, como infinitas linhas onde não se encontram indícios que levem ao fim. O continente em sonhos de marujos aflitos é terra em que não se põe os pés, cheia de sol e poeira, amarela, não como estas correntes frias e verdes, este mar sem fundo. Em Nandrulu, entretanto, habitam marajás e mulheres morenas, aqueles montados em cavalos e elefantes adornados de pedraria, estas outras descalças e de um olhar escuro e brilhante, todos à beira da praia escura, vestindo vermelhos e laranjas. Nada disso sonham os navegantes. Não pensamos em selva ou em tigres, ou no cheiro de cozinhas e leitos, senão nos penhascos e planícies de nossa própria memória salgada, mais tangíveis do que o litoral que a vista oferece. Oramos. Saudamos então o vento e o hálito frio do mar, e todos aqueles sobre o chão macio que não pisaremos, e numa curva levamos a proa ao horizonte.